No último semestre de 2013 tive o prazer de ilustrar o conto Coppélia, um trabalho fruto de duas paixões: a dança e o desenho. Foi um projeto para a matéria de Ilustração da Escola de Belas Artes da UFRJ, sob orientação do professor Salmo Dansa.
Na história um rapaz chamado Franz se apaixona por Coppélia, a moça nova na cidade, sem saber que ela é uma boneca. Ao perceber a ameaça, Swanilda, sua noiva, faz de tudo para separar o casal e reconquistar seu amado. Enquanto isso, Dr. Coppélius, o criador da boneca e dono de uma incrível loja de brinquedos procura a qualquer custo uma maneira de dar vida à sua querida Coppélia.
Confiram abaixo algumas das artes finais do livro, já com o texto aplicado digitalmente. No final da postagem, ainda, vocês poderão conferir a conceituação e o making-of do livro. :)
Sobre o projeto
quadrilha
O ballet original “Coppélia” foi realizado em um contexto de resgate do patriotismo, então incorporou diversas danças populares (até então da França, onde foi primeiramente realizado) em seu repertório. Notando a veia vernacular do espetáculo, nesta adaptação homenageei as danças brasileiras elegendo a Festa Caipira (ou festa junina) como tema para a ambientação e indumentária das personagens.
Para a base iconográfica do livro, busquei artistas presentes na memória visual dos brasileiros e que também tratassem de temas vernaculares – e foi nas bandeirinhas de Volpi que achei essa referência.
pesquisa iconográfica | tradição
cartaz de balé
As mais antigas escolas de balé surgiram na Rússia e na França. Logo, também busquei nos cartazes dessa época a referência estética para o meu trabalho.
pesquisa iconográfica | técnica
serigrafia
A serigrafia foi a técnica que se mostrou a mais adequada para o trabalho, pois além de ser largamente utilizada na produção de cartazes, pode vir a conferir resultados estéticos semelhantes ao das gravuras presentes no cordel quando combinada a uma palheta de cores reduzida.
destaque
Assim como na dança, sempre há algo em destaque em cada cena do livro. A escolha das três cores que iriam compor a palheta cromática das ilustrações foi feita de maneira que, em cada caso, um personagem fosse destacado com a cor roxa, complementar da cor do papel, amarela, enquanto o segundo plano harmoniza bem com o fundo por ser uma cor da mesma família. Assim, o primeiro plano se destaca pela cor, mas também por ser meticulosamente detalhado, enquanto o fundo é simplificado e composto por manchas e linhas.
técnica | processo
matrizes
técnica | processo
serigrafia
resultado final
detalhes