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07 maio 2014

A curiosidade e os contos de fadas

Esta série de contos fantásticos é constituída pelas obras: Cachinhos dourados, a bela adormecida, e A leste do Sol e a Oeste da Lua. Todas protagonizada por mulheres, as tramas são desenvolvidas a partir da curiosidade humana. 

A curiosidade pode nos levar a lugares extraordinários, mas devemos estar cientes da exposição aos maiores perigos do caminho que ela pode trazer. Estes três contos mostram as maneiras diferentes como estas protagonistas, levadas à situações de perigo por causa da curiosidade, tiveram que desenvolver suas histórias — seja fugindo, esperando por um salvador ou atravessando reinos para reconquistar o que foi perdido. 

Este projeto foi muito importante para mim, pois marcou os primeiros passos e toda a minha evolução como ilustradora e contadora de histórias. Abaixo vocês poderão saber um pouco mais sobre cada uma das histórias:

A Leste do Sol e a Oeste da Lua (2013)



O conto, pouco conhecido mundialmente, narra a história de uma camponesa em busca do príncipe que fora aprisionado em um castelo a Leste do Sol e a Oeste da Lua – seu verdadeiro amor, como eu já contei aqui. É um conto peculiar, pois mostra a mulher em uma posição não muito comum em contos de fadas: aqui, ela é a heroína que vai salvar o príncipe em apuros.


Nesta ilustração à esquerda, a primeira da série, o Urso branco acaba de pedir a mão da menina em casamento, em troca de riqueza e conforto para a sua humilde família. A menina aceita, pensando no bem estar da família, e segue no lombo do animal até o castelo em que mora. Mais tarde, movida por sua curiosidade, ela descobre que o enorme urso é, na verdade, o mais belo príncipe que ela já vira. Porém, no momento em que ela vê a real face de seu noivo, o encantamento que estava sobre ele é quebrado e ele se vê obrigado a voltar para um castelo que fica a leste do Sol e a Oeste da Lua. Lá, ele deveria se casar com a princesa do lugar. A jovem camponesa fica desolada e resolve ir atrás de seu amado, custe o que custar.

Ela então anda longas distâncias e pede ajuda à quatro sábias da floresta e depois os quatro ventos, até que finalmente consegue chegar ao seu destino. A ilustração abaixo é logo o momento em que ela avista, ao longe, o castelo a leste do Sol e a Oeste da Lua:
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A Bela Adormecida (2012)


Ao contrário do outro conto, este não só foi incontáveis vezes, como naturalmente possui várias versões, sendo a mais conhecida a dos irmãos Grimm. A história já foi adaptada para o cinema, por Disney, e até mesmo para o ballet, num repertório assinado por Tchaikovsky. A história é sobre uma princesa que fora amaldiçoada a cair adormecida por 100 anos, após espetar seu dedo em uma roca.
Apesar dos inúmeros esforços para manter a menina a salvo, aos seus 15 anos ela encontra uma velha senhora a fiar em uma sala do castelo e espeta o dedo, selando o terrível encanto. Durante 100 anos uma enorme cerca de urzes cresce ao redor do castelo onde toda a corte adormece com a menina, impedindo até os mais corajosos cavaleiros que ousaram ultrapassá-la para salvar a princesa. Um dia, porém, um cavaleiro de um reino distante está de passagem ouve a história da donzela adormecida e resolve salvá-la, apesar dos avisos da população local. Para a sorte do bravo homem, o encanto está quase no final, e a cerca de urzes já não é mais uma barreira inabalável, permitindo a sua passar sem muita dificuldade. Já dento do castelo ele encontra a princesa adormecida, e seu esplendor é tanto que o príncipe não consegue conter o impulso de beijá-la – quebrando, assim, o encanto.

Abaixo vocês podem conferir duas ilustrações do conto: uma do momento em que a princesa encontra a senhora a fiar, logo antes de espetar o dedo; a outra, de quando o príncipe vê pela primeira vez a tão falada donzela adormecida.



Cachinhos Dourados (2011)


Oficialmente meu primeiro conto ilustrado, Cachinhos Dourados conta a história de uma menina curiosa e estabanada que entra na casa de três ursos. Lá, ela prova dor três mingaus sobre a mesa, experimenta todas as cadeiras na sala de estar e deita-se nas três camas do quarto, até adormecer na cama do ursinho. Por fim, a família chega e surpreende a menina intrometida, que sai correndo para bem longe daquela casinha no meio da floresta.

Cachinhos Dourados foi uma história largamente reproduzida e adaptada. Ela revela uma grande importância para a "regra do três", apontada por Christopher Booker, ao apresentar uma sequência de eventos que acontecem em trios: o primeiro evento é ruim; o segundo, também, mas de maneira contrária; já o terceiro, o caminho bom, é o meio entre estes opostos. Por exemplo, ao provar os mingaus na sala ela não gosta do primeiro por ser muito quente; o segundo, por ser muito frio; só o terceiro lhe parece perfeito, morno e pequenino, do tamanho certo para uma menina do seu tamanho.



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